24 de Abril – Dia Mundial de Combate a Meningite
O Dia Mundial do Combate à Meningite é uma oportunidade para falar sobre esta doença que consiste na inflamação das meninges. Meninges são camadas de tecido que revestem o cérebro, separando-o dos ossos do crânio, e a medula espinhal, separando-a das vértebras.
Quando as meninges ficam inflamadas, pressionam outras estruturas e provocam o surgimento dos sintomas.
Os sintomas clássicos da meningite são em febre, dor de cabeça e rigidez no pescoço. Inclusive, um dos exames clínicos quando há uma suspeita dessa doença é tentar mobilizar o pescoço do paciente. A meningite é extremamente contagiosa. Ela é transmitida pelo ar, através de gotículas de saliva, pelas secreções contaminadas e por objetos contaminados.
Há três tipos de meningite: a meningite viral, a meningite bacteriana e a meningite fúngica.
Meningite Bacteriana
É o tipo de meningite mais grave e com maior potencial de complicações. A principal bactéria causadora é o meningococo, seguido pelo pneumococo, haemophilus e mycobacterium tuberculosis.
Meningite Fúngica
São as meningites mais raras, geralmente associadas a doenças de base que comprometem a imunidade. São de difícil tratamento e com alta taxa de complicações e sequelas.
Meningite Viral
São as mais frequentes e com menor potencial de complicações, embora possam ocorrer.
Elas são causadas por vírus, principalmente pelos enterovírus.
Diagnósticos:
Exame físico: O exame físico inclui verificar se há febre, rigidez no pescoço e diminuição da consciência.
Punção lombar: Para verificar a pressão no sistema nervoso central. Esse teste também ajuda a identificar inflamação ou infecção bacteriana.
Hemograma completo (CBC): Para verificar se há contagem elevada de leucócitos.
Cultura de sangue: Para identificação de bactérias infecciosas.
Raio X: Radiografia do tórax – Para diagnosticar infecção pneumonial, tuberculose ou infecção fúngica. A infecção pneumonial pode se espalhar para o cérebro.
Tomografia computadorizada: A tomografia computadorizada da cabeça mostra problemas no cérebro.
Tratamento:
O tratamento para meningite depende do agente causador. Vamos conhecer as principais orientações para cada tipo da doença:
- Meningite bacteriana – o tratamento deve ser imediato, com uso de antibióticos intravenosos, medicamentos de cortisona, conforme a bactéria causadora da doença e a fim de reduzir o risco de futuras complicações;
- Meningite fúngica – o tratamento é feito com uso de fungicidas, que podem causar diversos efeitos colaterais, por isso, só serão recomendados após a identificação do fungo responsável pela infecção;
- Meningite viral – geralmente, os únicos meios de terapia são repouso, ingestão de muito líquido, uso de medicamentos para aliviar dores e, em casos específicos, de antivirais.
Como se prevenir da meningite?
Como a doença quase sempre é resultado do contágio entre duas pessoas, evitar o contato ou proximidade com portadores é uma das formas de prevenção.
Tenha atenção também para a higienização adequada dos alimentos consumidos em casa e em locais públicos.
No entanto, a vacinação contra a meningite ainda é a melhor forma de se prevenir contra a doença.
Confira a seguir as especificações de cada uma delas:
Vacina Meningocócica B
Essa vacina protege contra diferentes tipos de meningite e doenças meningocócicas: infecções generalizadas causadas pela bactéria Meningococo do Tipo B.
Quem deve se vacinar contra a meningite?
- Crianças e adolescentes, conforme recomendações das sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e Imunizações (SBIm);
- Adultos com até 50 anos, dependendo de risco epidemiológico;
- Viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença;
- Pessoas de qualquer idade com doenças que aumentem o risco para a doença Saiba mais sobre a Vacina Meningocócica B
Esquema Vacinal da meningocócica B
Segundo a SBIm e a SBP, o esquema de vacinação brasileiro envolve a administração de 4 doses da vacina aos 3, 5 e 7 meses de vida. A 4ª dose deve ser entre 12 e 15 meses.
Após 1 ano de idade, são recomendadas 2 doses e 1 reforço. Entre 2 e 10 anos, nas crianças que não foram vacinadas, aplicam-se 2 doses com intervalo de 2 meses entre elas.
Para os adolescentes que não foram vacinados na infância, a recomendação é de 2 doses, com intervalo de 1 mês entre elas. Esse esquema também serve para adultos com até 50 anos em situações que justifiquem a imunização.
Vacina Meningocócica C Conjugada
Protege contra doenças causadas pelo Meningococo C, incluindo meningite e meningococcemia, infecção generalizada.
Quem deve se vacinar?
- Crianças até 13 anos;
- Adultos, dependendo da situação epidemiológica;
- Pessoas de qualquer idade com doenças que aumentem o risco para a doença meningocócica;
- Viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença.
Não devem receber a vacina pessoas que tiveram anafilaxia após uso de algum componente da vacina, bem como a dose anterior.
Esquema Vacinal
De acordo com a SBIm e com a SBP, o esquema de vacinação brasileiro envolve a administração de 3 doses da vacina aos 3 e 5 meses. O reforço deve vir aos 12 meses, podendo ser aplicado entre 5 e 6 anos e aos 11 anos.
Para adolescentes, a recomendação é de 2 doses, com intervalo de 5 anos entre elas. Nesse caso, há preferência pela vacina Meningocócica Conjugada Quadrivalente ACWY, que protege contra mais de 3 categorias de Meningococos, além do tipo C .
Nos adultos, a recomendação é de que sejam imunizados com dose única da vacina. Mas só devem se imunizar em situações que justifiquem.
Vacina Meningocócica Conjugada ACWY
A vacina Meningocócica Conjugada Quadrivalente, protege contra os diferentes tipos de meningite e doenças meningocócicas: infecções generalizadas causadas pela bactéria Meningococo dos tipos A, C, W e Y.
Quem deve se vacinar?
- Crianças e adolescentes;
- Adultos, dependendo da situação epidemiológica;
- Pessoas de qualquer idade com doenças que aumentem o risco para a doença meningocócica.
- Viajantes com destino às regiões onde há risco aumentado da doença.
Saiba mais sobre a Vacina Meningocócica Conjugada ACWY
Esquema Vacinal
De acordo com a SBIm e com a SBP, na impossibilidade de ser aplicado esse tipo de vacina, deve-se utilizar a Vacina Meningocócica C Conjugada.
O esquema de vacinação brasileiro envolve a administração de 3 doses, com início aos 3 meses e reforço aos 12 meses, 5 e 11 anos.
Adolescentes que nunca receberam a vacina devem tomar 2 doses, com intervalo de 5 anos entre elas. E, para os adultos, o recomendado é dose única da vacina